Filha da Floresta (Juliet Marillier) #Resenha

O domínio de Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens silenciosos e criaturas encantadas, além dos sábios druidas, que deslizam pelos bosques vestidos com seus longos mantos... Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lorde Colum, e dos seus seis amados irmãos, vítimas de uma terrível maldição que somente Sorcha é capaz de quebrar. Em sua difícil tarefa, imposta pelos Seres da Floresta, a jovem se vê dividida entre o dever, que significa a quebra do encantamento que aprisiona seus irmãos, e um amor cada vez mais forte, e proibido, pelo guerreiro que lhe prometeu proteção. 
Primeiro preciso dizer: que enredo. Pensei em desistir muitas vezes. Motivo? É uma leitura forte. Tem estupro infantil, tem maus tratos e mortes dos animais. Não foi fácil, mas a curiosidade falou mais alto. Por isso continuei e não me arrependo. Segundo o projeto gráfico deste livro é lindo e terceiro, essa capa... ah essa capa me encantou desde o primeiro momento que vi.

O enredo, muito bem elaborado, que Marillier nos traz, mostra uma Irlanda medieval. Sevenwater possui sete cachoeiras e seus territórios são místicos. A população é muito unida e mantém o local em ordem. Lord Colum é senhor feudal. Ele que cuida com sua família da segurança e alimentação dos habitantes e da guerra entre eles e os bretões.

A guerra entre bretões e o povo de Sevenwaters se deve por causa da apropriação indevida de suas ilhas pelos bretões, Irlanda e Bretanha duelando por terras. Mas a Floresta tem vida própria e ela escolhe seus protetores.

Lorde Colum era viúvo. Ele foi o sétimo filho de um lorde e seus seis irmãos pereceram por conta da guerra. Como ele era o mais novo e não foi para a guerra ficou com o feudo. Colum tinha sete filhos. Seis meninos e uma menina. Liam, Diarmid, Cormack, Conor, Finbar, Padriac e Sorcha. E quem conta a história é a menina, Sorcha.

Gostei muito de como a autora trabalhou a menina. Ela foi criada sem mãe. Com seus seis irmãos superprotetores e um pai relapso. Tinha tudo para ser uma menina chatinha, muito mimada e tola. Mas não. Ela tinha apenas 13 anos e uma sabedoria enorme.

O povo de Sevenwaters acredita nos seres míticos da terra, da água, do ar e do fogo. São seres que ajudam, mas também gostam de brincar com os humanos. Para o povo de Sorcha, existem dois mundos. Abaixo da terra e acima da terra. Nós os humanos ficamos acima da terra e somos tanto beneficiados quanto maltratados.

Sorcha levava uma vida simples, mas muito gratificante. Ela aprendeu a ler, escrever, falar outras línguas, aprendeu muito sobre plantas. Cada um dos irmãos possui uma habilidade. Liam, Diarmid e Cormak lutavam bem com a espada. Conor era especial, ele adorava aprender. Era muito sábio, ele era um... não, não irei contar, vai ter que ler pra descobrir. Finbar era o mais apegado a Sorcha, eles possuíam a habilidade de conversar pela mente. Padriac era um exímio veterinário. E Sorcha era uma curandeira. Todos tinham um dom lindo com a natureza e corações puro, por isso a Floresta sempre era boa com os filhos de Sevenwaters.

Mas nunca é tão fácil, não é mesmo? Após 13 ou 14 anos de viuvez o Lorde Colum aparece com uma mulher. Ela virará sua esposa e é ai que tudo desanda.

Lady Oonagy é uma bruxa. Sim temos sobrenatural na história! E será este o ponto de partida para todas as desgraças em Sevenwaters. Os seis irmãos de Sorcha são transformados e ela é a única que pode quebrar a maldição.

Gente como essa menina sofreu. Caramba. Foi uma leitura muito foda. Acho que foi o primeiro livro que leio esse ano que existe amor na história, mas o romance é a última parte do enredo. Recomendo muito a leitura deste livro. Estou esperando ansiosamente o próximo.  

Vou colocar aqui duas passagens para vocês perceberem como é a escrita e como é o enredo:

– Você vai descobrir, filha da floresta. Através de dor e sofrimento, de grandes obstáculos, de traição e perda, você seguirá seu caminho. (pág. 78)

– A família de Sevewaters é muito antiga; uma das mais antigas da região – disse padre Brien. – Este lago e esta floresta são lugares em que coisas estranhas acontecem e onde o inesperado é fato corriqueiro. A chegada de pessoas como eu, de uma religião diferente, modificou alguns hábitos, mas apenas superficialmente. No fundo, a magia continua tão forte e presente quando no tempo em que os Seres da Floresta vieram para o ocidente. As origens de muitas crenças podem conviver lado a lado e, eventualmente, se unir e adquirir uma força maior. Você já viu por si mesma, Sorcha, e você, Finbar, sente que uma energia poderosa o impele a agir. (pág. 95)

Título:  Daughter of the Forest
Autor:  Juliet Marillier
Tradutor: Yma Vick
ISBN: 978-85-88477-97-1  
Assunto: Ficção neozelandesa
Páginas: 608
Editora: Butterfly

Nota: 5/5

Resenha escrita pela Milena especialmente para o Lendo e Escrevendo
Milena Cherubim: jornalista, assessora de imprensa, mãe e blogueira, não necessariamente nessa ordem rsrsrsrs.*A resenha também será publicada no Memories of the angel

3 comentários:

  1. Oi, Milena!
    Esse livro é ótimo! Forte mesmo, assim como a Sorcha. Que personagem incrível, né?! Também estou ansiosa para ler o próximo, que já chegou por aqui e está esperando a vez.

    Beijos, Entre Aspas

    ResponderExcluir
  2. Olá, meninas.
    Adorei a resenha, mas infelizmente não tenho como incluir esse livro na minha lista de leituras! Não me importo com temas mais pesados, mas tenho tantos livros aqui na estante que não posso colocar mais nada tão cedo! kkkkk
    beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

    ResponderExcluir
  3. Oi, Milena!!
    Ainda não li esse livro e não sei se teria coragem de ler no momento pelo assunto que tem no livro, mas gostei da resenha, e espero algum dia ler esse livro!!
    Beijoss

    ResponderExcluir


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