Começa hoje uma
edição especial da coluna Roteiro de Viagem Literária voltada para a copa do
mundo e para os países participantes, por isso em uma série de postagens
durante a Copa do Mundo vocês irão conhecer um pouco da história local e da
literatura de cada um dos países, começando com o país sede dessa edição: a Rússia.
A Rússia, oficialmente Federação Russa, é um país
localizado no norte da Eurásia. Com 17 075 400 quilômetros quadrados, a Rússia
é o país com maior área do planeta, cobrindo mais de um nono da área terrestre.
É também o nono país mais populoso, com 142 milhões de habitantes.[1]
Marcada por
imigrações e emigrações nos primórdios de sua história, a cultura e poder da
Rússia ficou mais conhecida e “difundida” mundialmente durante o longo reinado
de Ivã, o Terrível, que quase dobrou o extenso território russo, anos depois a República Socialista Federativa Soviética
Russa em conjunto com as Repúblicas Socialistas Soviéticas da Ucrânia,
Bielorrússia e Transcaucásia, formaram a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS), ou simplesmente União Soviética, em 30 de dezembro de 1922.
A República Socialista Russa era a maior e mais populosa das 15 repúblicas que
compunham a URSS, e dominou a união durante toda a sua existência de 69 anos.
[1] Quem é que não se lembra de estudar sobre a URSS na escola?
No quesito literatura os autores
russos produziram durante o século 19 extenso material que hoje é de
conhecimento mundial e figuram entre os grandes clássicos da literatura, dentre
eles: “Crime e Castigo” (1866), de Fiódor
Dostoiévski; “Os Contos de Kolimá” (1970-1976), de Varlan Chalámov; e “Doutor Jivago” (1957), de Boris Pasternak. Hoje em dia, Liudmila
Petruchévskaia é conhecida como uma das mais influentes e importantes
autoras da atualidade e teve sua obra “Era Uma Vez Uma Mulher Que Tentou Matar
o Bebê da Vizinha - Histórias e Contos de Fadas Assustadores” publicada em 2017
pela Companhia das Letras. Além
disso, a literatura Russa possui características semelhantes à literatura
brasileira, tais como “influências passam
por questões temáticas, visões sobre literatura e mundo, 7inspiração e
referência de personagens, estrutura textual” [2], saiba mais
sobre essas semelhanças AQUI
Para finalizar,
cinco autores russos já receberam o Nobel de Literatura por suas obras, são
eles: Joseph Brodsky (1987), Aleksandr Solzhenitsyn (1970), Mikhail
Sholokhov (1965), Boris
Pasternak (1958 – o autor foi forçado pelo governo a recusar o
prêmio, pois suas obras faziam criticas ao governo da época) e Ivan Bunin
(1933).
Conheça algumas obras russas e/ou que contam um pouco da história do país
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf50mkuUQUTJeBSVyQBLwK-A_m-9TH-Wqg_CJjgx4asw81nCTYEE-p1GJ7RN9mAhmCELkelbNIIw72QdDJjDueeBzZbC2tqyLv93Ll1vZCaydTVwnnPViAnZxK_T-hry6SsPc3qOmprpc/s200/download.jpg)
Liudmila
Petruchévskaia pertence ao grupo de escritores que não encontram equivalente em
nenhum outro autor, tradição ou país. Considerada por alguns herdeira de Allan
Poe e Gogol, a maior autora russa viva combina o contexto soviético em que
produziu grande parte de sua obra com uma realidade povoada por assombrações,
pesadelos, acontecimentos macabros e personagens sinistras. O resultado são
história sobrenaturais que retomam a tradição dos contos folclóricos, porém
dotadas de um humor contemporâneo e de uma carga política que não precisa se
expressar diretamente para existir, pois, assim como não é à toa que a autora
teve sua obra banida da União Soviética até o final dos anos 1990, tampouco é
por acaso que ela recebeu em 2002 o prêmio de maior prestígio na Rússia pelo
conjunto de sua obra.
Do mesmo autor
do bestseller Catarina, a grande, Nicolau e Alexandra é a biografia cruzada do
czar Nicolau II e de sua esposa Alexandra de Hesse, últimos soberanos da
dinastia Romanov, que governou a Rússia durante três séculos. Combinando um
cuidadoso trabalho de pesquisa e uma narrativa envolvente e instigante, Robert
K. Massie, ganhador do Prêmio Pulitzer, mostra que a influência sobre a
imperatriz do místico siberiano Gregório Rasputin, chamado para salvar o
herdeiro do casal, hemofílico, associada à inabilidade política do czar e à
crescente crise política internacional causada pelo início da Primeira Guerra
Mundial foram determinantes para a derrocada do último grande império do mundo.
Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski
Publicado em
1866, Crime e Castigo é a obra mais célebre de Fiódor Dostoiévski. Neste livro,
Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de
São Petesburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria:
grandes homens, como César e Napoleão, foram assassinos absolvidos pela
História. Este ato desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor
por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para
preservar sua dignidade contra as várias formas da tirania.