Como um grupo de jovens estudantes bem-educados acabou se envolvendo num escândalo que chocou um país? Por que tantos especialistas em comportamento juvenil têm algo a dizer quando o assunto é o Clube dos Oito? Até quando inúmeras manchetes de jornal e programas de TV sensacionalistas vão explorar o caso nos mínimos detalhes? Para fazer com que a verdade venha à tona, Flannery Culp, a dita líder do Clube, decide tornar público o diário que manteve ao longo do seu desastroso último ano de ensino médio. Agora que está presa por cometer um assassinato, a garota tem tempo de editar o que escreveu e revisitar a rotina que levava ao lado de seus sete melhores amigos. A narrativa de Flan, permeada de professores da pior índole, um amor não correspondido, aulas complicadas e jantares pomposos, comprova que ela pode até ser uma adolescente criminosa — mas, pelo menos, é uma adolescente criminosa muito inteligente.
Escrito em forma de diário e editado pela protagonista que acrescenta comentários nos momentos em que acha necessário (bem ao estilo de filmes na versão comentada pelo diretor), “O Clube dos Oito” nos dá uma visão interna dos acontecimentos que culminaram no fatídico dia e no assassinato de um dos personagens do livro, que para aqueles que prestarem atenção aos detalhes, não será um mistério muito grande.
Em um ritmo morno e às vezes calmo até demais, Flannery narra seu dia a dia tendo como inicio os últimos dias de sua viagem internacional com os pais, passando pelo dia a dia na escola e finais de semana regados à festas, jantares e bebidas com os amigos e o que pode parecer até irrelevante em determinados momentos, irá se mostrar determinante em seu desfecho, por isso, tente se atentar aos pequenos momentos e não apenas aos grandes e mais chamativos.
É através da narrativa de Flan e das edições feitas por ela em seu diário que conhecemos O Clube dos Oito, um grupo de amigos com um relacionamento que se desenvolve em diversos níveis de confidencialidade e coparticipação nas atitudes da protagonista ao mesmo tempo em que temos contato com suas aflições e pequenas maquinações para que determinadas coisas aconteçam no decorrer da obra, nessa parte é interessante observar o comportamento do grupo nos momentos em que estão juntos, bem como a visão que a protagonista tem de cada um deles, e a visão que ela acha que os amigos tem dela, pois como contamos apenas com um ponto de vista não sabemos ao certo se aquela realidade e suposições seriam realmente verdade. Dessa forma, os demais integrantes do clube se tornam meros coadjuvantes de uma trama que gira em torno de Flan.
“O Clube dos Oito” se mostra como um quebra cabeças a ser montado, no qual o leitor irá juntando as peças para descobrir quem foi assassinado e qual o motivo, assim, de certo modo, o leitor irá se ver dentro de um jogo de detetive com acontecimentos que vão além de um dia a dia normal do ensino médio, isso porque o livro possui gatilhos (e honestamente não vi nenhum aviso em nenhum lugar sobre isso) de abuso sexual, alcoolismo e violência.
A escrita de Daniel Handler se mostra linear e concisa do começo ao fim, e exceto pelo momento em que o crime é cometido junto com algumas cenas posteriores, não há nenhum momento que aconteça fora do ritmo estabelecido por ele desde o começo da obra, mesmo assim, temos um livro que trabalha determinados clichês adolescentes e prende o leitor avido por saber o que irá acontecera seguir.
Livro: O Clube dos Oito
Autor: Daniel Handler
Editora: Seguinte
ISBN-13: 9788555340659
ISBN-10: 8555340659
Ano: 2018
Páginas: 400
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Oi, Pat.
ResponderExcluirVocê me deixou super curiosa para ler esse livro!
Adorei!
Beijos
Camis - blog Leitora Compulsiva