Blue Echohawk não sabe quem ela é. A garota, que desconhece seu nome verdadeiro e sua data de nascimento, foi criada por um estranho e não frequentou a escola até os dez anos. Aos dezenove, quando a maioria dos jovens vai à faculdade ou segue em frente com a vida, ela é apenas uma veterana no ensino médio. Sem mãe, sem pai, sem fé e sem futuro, Blue é uma estudante difícil, para dizer o mínimo. Durona e sexy, ela é o oposto do jovem professor britânico que decide que está pronto para o desafio de levar a encrenqueira para debaixo de suas asas.Simplesmente Blue narra a história de uma transformação e fala de uma amizade improvável em que a esperança promove a cura e a redenção se torna amor.
Toda e qualquer história da Amy Harmon tem um ritmo de narração muito peculiar pra mim, começo sentindo o ritmo meio lento e quando me dou por conta os personagens já moram comigo e não consigo larga-los. Começamos essa narrativa do ponto de vista da Blue Echohawk, que não sabe exatamente quem ela é, só sabemos que essa narração está ligada a morte de uma mulher até então desconhecida, que Blue foi abandonada pela mãe aos 2 anos de idade mais ou menos e foi criada por Jimmy.
“Olhem para o papel diante de vocês. Está em branco. Não tem nada escrito na página. É uma lousa limpa. Mais ou menos como o restante da vida de vocês.”
Jimmy é a única referência que Blue tem por um longo período de tempo, ele tem origem indígena e todas as informações de característica física e estereótipos bem marcados no início serve para que criemos a tendência de rotular as pessoas para sermos cobrados ao longo do livro, as referências feitas a pássaros como metáfora para a relação dos dois personagens são a marca registrada que eu sempre encontro em narrativas da autora, mais uma vez fiquei com meu coração para lá de quentinho.
Voltemos o foco para a Blue a garota cresceu como o estereótipo da adolescente problemática, até que ela no ensino médio conhece o novo professor de história, calma não deixe acender o alerta de clichê, é melhor focar nas diversas referências literárias e históricas que esse personagem traz para trama do que para o potencial romance (mas para causar curiosidade, caso você seja fã de Orgulho e preconceito o professor pode te fazer suspirar).
“Amar alguém significa colocar as necessidades dessa pessoa acima das suas.”
Quando Jimmy morre e Blue se vê obrigada a ir morar com Cheryl (irmã do Jimmy) as coisas começam a desandar ainda mais, o único refúgio da Blue parece ser o ato de esculpir em madeira que aprendeu com Jimmy, como veterana no ensino médio a aproximação com Wilson (o jovem professor de história) não se dá facilmente [eu JURO que é muito mais do que a velha equação conhecida Aluna X professor = paixão avassaladora], mas isso não o afasta pois Blue esconde muito mais coisas, basta olharmos com mais paciência para ela; se eu precisar resumir em duas afirmações essa história eu diria: Essa não é uma história de amor proibido, essa é uma história sobre cura, cura das cicatrizes que as vezes podemos ganhar da vida.
"Desde criança, não sou como outros, não pensei como os outros, não me interessei por coisas que interessavam os outros. Da mesma fonte não tirei minha dor, não consegui despertar meu coração para a alegria no mesmo tom.”
Personagens em camadas é uma coisa recorrente em qualquer livro da Amy Harmon que eu tenha lido, a primeira impressão é que temos mais um casal clichê, mas se olharmos nas entrelinhas ali tem a complexidade que qualquer leitor procura ou que qualquer pessoa é.
Definitivamente a cereja do bolo nessa história é que independente do quanto uma história de vida seja “pesada” as relações que se desenvolvem não precisam ser problemáticas e toxicas. Prepare-se para seguir Blue numa jornada de resoluções, redenções e revelações.
Ósculos e amplexos, Karina Carvalho.
Título: Simplesmente Blue
Autora: Amy Harmon
Editora: Verus Editora
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Páginas: 336
Ano: 2019
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Karina, biomédica por formação e bookaholic por paixão!* Resenha escrita pela colaboradora Karina Carvalho especialmente para o Lendo e Escrevendo
Pra mim faz todo sentido a frase "Amar significa colocar as necessidades dessa pessoa acima da sua". Minha relação familiar com esposave filho segue esse raciocínio.
ResponderExcluirParabéns pelo blog. É de muito bom gosto.
Att;
https://www.enfoqueextrajudicial.com.br
Oi, Ká!
ResponderExcluirEu ainda não li nada da autora, mas tenho um Beleza Perdida na estante esperando por uma chance!! Vou tentar ler ele em breve e, se gostar da escrita da autora, procuro por esse livro também!
beijos
Camis - blog Leitora Compulsiva