Eu te escrevo de Auschwitz mostra a incrível correspondência trocada entre os prisioneiros de um dos piores campos de concentração nazista e suas famílias.
Eu te escrevo de Auschwitz traz as poucas palavras, quase sempre as mesmas, enviadas de Auschwitz por quase cinco mil judeus franceses. Elas nos mostram a incrível correspondência trocada entre os prisioneiros de um dos piores campos de concentração nazista e suas famílias. As cartas escritas sob coação dos oficiais nazistas, entre os anos de 1942 e 1944, faziam parte de uma operação de propaganda – a chamada Brief-Aktion – que visava tranquilizar os parentes dos deportados e, assim, esconder o horror a que eles eram submetidos.
Termos vagos como “Está tudo bem comigo” e “Estou com saúde”, encontrados na maioria das mensagens, elucidam ainda mais a perversidade da máquina de morte nazista. Os deportados escreviam que estavam bem no exato momento em que eram encurralados. As cartas lançavam uma breve luz sobre essas vidas, e, então, se fazia escuridão. Além de trazer à tona esse acervo pouquíssimo conhecido, a autora Karen Taieb também nos apresenta outras correspondências, essas clandestinas, que revelavam verdadeiramente o inferno vivido ali. Há ainda cartas escritas por prisioneiros assim que o campo foi libertado; relatos únicos e comoventes dos sobreviventes endereçados às suas famílias. Neste livro, Karen Taieb revela uma parte desconhecida da história do Holocausto, ao mesmo tempo em que homenageia a memória das vítimas.
Karen Taïeb
reuniu em seu livro um acervo de cartas que mostram características comuns
entre elas, as falas “Está tudo bem comigo” e “Estou com saúde” comumente
encontrada na maioria das cartas, mostram ao mesmo tempo um pequeno acalento
recebido pelas palavras daqueles que escreveram e que nunca mais seriam vistos
pelos que receberam a mensagem, e o controle de informações daqueles no
controle dos campos que a visavam maquiar tudo o que acontecia dando a sensação
que nada do que acontecia por lá era verdadeiro. Infelizmente as cartas eram,
na verdade, uma despedida e seus autores nunca mais seriam vistos com vida.
Eu te escrevo de Auschwitz traz o relato das cartas trocadas entre os
prisioneiros e aqueles que estavam fora dos campos, relatos que muitas vezes
mascaravam a realidade e serviam como uma última noticia para amigos e
familiares. Ao mesmo tempo, a autora traz a tona cartas clandestinas que,
diferente das cartas com relatos de “Está
tudo bem comigo”, traziam o verdadeiro terror do que acontecia nos campos. Por
fim, ela também apresenta cartas de prisioneiros que foram libertados no termino
da Guerra que mostram um misto de esperança e tristeza por tudo o que passaram.
Sem sombra de
dúvidas essa é uma leitura emotiva e impactante que irá mexer com os leitores,
então fica o aviso, leia quando sentir que é o momento certo para esse livro e
todo o seu conteúdo, o livro é curto, mas seu teor faz com que seja lido aos
poucos para que possamos assimilar tudo o que foi lido, não é uma obra ‘romantizada’
sobre o período e sim um relato cru que traz as cartas como foram escritas. Além
disso, a autora traz algumas fotos dos autores das cartas e fala um pouco sobre
eles o que aproxima ainda mais o conteúdo do leitor.
Para aqueles que
se interessam e leem obras que relatam os acontecimentos do período, essa é sem
sombra de dúvidas uma leitura essencial.