Continuando com
a edição especial da coluna Roteiro de Viagem Literária voltada para a copa do
mundo e para os países participantes, vamos conhecer algumas obras dos países
integrantes do Grupo A, são eles: Rússia, Arábia Saudita, Egito e Uruguai.
Rússia
No post passado
conhecemos um pouquinho sobre a Rússia e vimos algumas obras famosas da
literatura do país, caso você tenha perdido confira o post AQUI.
Hoje vamos conferir mais alguns livros da literatura russa e que fazem parte
dos clássicos da literatura.
Em tradução de
Rubens Figueiredo, com posfácio de Janet Malcolm, a obra-prima de Liev Tolstói
retrata o caso de infidelidade da aristocrata Anna Kariênina, tendo como
cenário uma Rússia decadente.
“Toda a
diversidade, todo o encanto, toda a beleza da vida é feita de sombra e de luz”,
escreve Liev Tolstói no romance que Fiódor Dostoiévski definiu como
“impecável”. Publicado originalmente em forma de fascículos entre 1875 e 1877,
antes de finalmente ganhar corpo de livro em 1877, Anna Kariênina continua a
causar espanto. Como pode uma obra de arte se parecer tanto com a vida? Com
absoluta maestria, Tolstói conduz o leitor por um salão repleto de música,
perfumes, vestidos de renda, num ambiente de imagens vívidas e quase palpáveis
que têm como pano de fundo a Rússia czarista. Nessa galeria de personagens
excessivamente humanos, ninguém está inteiramente a salvo de julgamento: não há
heróis, tampouco fracassados, e sim pessoas complexas, ambíguas, que não se
restringem a fórmulas prontas. Religião, família, política e classe social são
postas à prova no trágico percurso traçado por uma aristocrata casada que, ao
se envolver em um caso extraconjugal, experimenta as virtudes e as agruras de
um amor profundamente conflituoso, “feito de sombra e de luz”.
O Idiota, de Fiódor Dostoiévski
Dostoiévski é
considerado o maior escritor russo de seu tempo. É autor de várias
obras-primas. O Idiota começou a ser redigido em 14 de setembro 1867 em
Genebra, Suiça, e foi concluído a 25 de janeiro de 1868, em Florença, Itália. A
obra teve uma elaboração difícil e torturada. Em meio às piores dificuldades,
foi escrita e reescrita muitas vezes até a redação definitiva. A obra foi
inspirada na figura de Dom Quixote, de Cervantes. O Idiota é, talvez, o romance
mais típico de Dostoiévski, provocou perplexidade nos meios intelectuais da
época. a obra foi elogiada por Tolstoi, que a achou de grande força dramática e
beleza literária.
Egito
A História da
Literatura Egípcia remonta da Idade do bronze e do antigo Egito, tendo
aparecido pela primeira vez no final do
quarto milênio a.C., durante a fase final do Egito pré-dinástico. Até o Império
Antigo (século XXVI a.C. ao século XXII a.C.), obras literárias incluíam textos
funerários, epístolas e cartas, hinos, poemas e textos autobiográficos
comemorativos recontando as carreiras dos funcionários administrativos de
destaque. [1] Seus registros fazem da literatura egípcia uma das
mais antigas do mundo, alguém ai se lembra das aulas de história na escola
sobre as pirâmides e sobre os hieróglifos.
Trilogia do Cairo, de Naguib Mahfouz
Ao longo da
aclamada trilogia do Cairo, Nagib Mahfuz reproduz a evolução das idéias que
marcaram profundamente a sociedade egípcia entre as duas grandes guerras. Ao
narrar o cotidiano da família de um pequeno comerciante do Cairo, Ahmed Abd
el-Gawwad, o autor destaca a contradição de um homem severo e cumpridor dos
rígidos deveres religiosos no ambiente doméstico, mas que se revela afável e
sedutor fora de casa. Neste segundo volume, repleto de sensualidade e beleza, a
autoridade de Ahmed vai ser abalada por diversos acontecimentos: os filhos
estão crescendo e revelam, por meio de suas paixões, como suas personalidades
são distintas e como a família é contraditória. Nagib Mahfuz, uma das maiores referências
da literatura islâmica, resgata, com seu texto romanceado, uma parte importante
da história social do Egito.
Saiba mais sobre
a literatura egípcia AQUI
Uruguai
Tendo sofrido
grande influencia da literatura Europeia, a literatura uruguaia criou sua própria
identidade e parte de seus escritores alguns
escritores uruguaios tem sido primariamente conectados à capital Montevidéu,
outros autores têm focado no norte do país. São eles: Circe Maia, de
Tacuarembó; Jorge Majfud, de Tacuarembó; Jesús Moraes, de Bella Unión; Tomás de
Mattos, de Tacuarembó; e Emir Rodríguez Monegal, de Melo. [2]
47 contos de Juan Carlos Onetti, de Juan
Carlos Onetti
Chamado em seu
próprio país de "padrinho oculto e inquietante da literatura
latino-americana do século 20", o escritor uruguaio Juan Carlos Onetti
(1909-1994) tinha uma prosa econômica e despojada do grandiloquente barroquismo
que fez a glória de tantos outros autores do continente.
Pouco de
pitoresco, muito de pessimismo: para Vargas Llosa, o mundo de Onetti está
"carregado de negatividade, o que faz que ele não chegue a um público
muito vasto". Faulkner e o existencialismo são as influências mais
marcantes de um escritor que dizia que "há só um caminho. O que sempre
houve. Que o criador de verdade tenha a força de viver solitário e olhe para
dentro de si".
Esse mundo
individual e peculiar está estruturado em torno da fictícia Santa Maria, cidade
fluvial e provinciana, que o autor nos dá a conhecer por meio de lembranças ou
narrações de personagens recorrentes em várias de suas obras, como o médico
Díaz Grey. Por vezes, parece que nada acontece. Por isso mesmo, o que acontece
não é pouco.
Nostalgia, amor,
desamor, alegria, abandono, lembranças do passado e reencontros. Mario
Benedetti emprega toda a sua habilidade para compor, em Correio do tempo, uma
coleção de breves relatos que é, ao mesmo tempo, um mosaico de sentimentos e
estados da alma que só um escritor como ele é capaz de revelar.
São contos e
cartas ficcionais em que se fala de encontros e despedidas, do distanciamento e
da passagem do tempo. Neles, podemos ver a relação de um filho com os pais
separados; a história de um menino incapaz de falar, mas que misteriosamente
aprende as primeiras palavras; uma abordagem amorosa num bar; uma visita
inesperada de um preso político ao seu algoz; e um relato, cheio de compaixão,
de um homem preso por matar quem amava. São recortes precisos em que o autor,
mesmo nos momentos mais duros, é capaz de aliar humor e, sempre, a
possibilidade de redenção.
Arábia Saudita
A literatura
árabe surgiu no século VI, apenas com fragmentos do idioma escrito aparecendo
até então. Foi o Corão, no século VII, que teve um efeito mais duradouro na
cultura árabe e sua literatura; a literatura árabe floresceu durante a Era de
Ouro do Islamismo, e continua até os dias de hoje.[3] Infelizmente
eu não achei nenhuma informação sobre autores da Arábia Saudita, mas sim de origem árabe de modo geral.
Livro das Mil e Uma Noites, de Mamede
Mustafa Jarouche
Bem-aventurados
os leitores que, pela primeira vez, vão deleitar-se com essas noites traduzidas
do original. E não menos felizes são os que já as conhecem, pois, como escreveu
Jorge Luis Borges, "'As Mil e Uma Noites' não morreram... continuam
crescendo, ou recriando-se. E o infinito tempo do livro continua o seu
caminho".
O tradutor
Mamede Jarouche compulsou várias versões manuscritas e impressas em árabe, e o
resultado é surpreendente. Além de captar o ritmo e a melodia original,
Jarouche encontrou o tom e a dicção da fala dos personagens, e enriqueceu a
tradução com notas esclarecedoras que revelam um conhecimento profundo da
língua árabe e da cultura oriental.
A história dos
manuscritos do "Livro das Mil e Uma Noites" já é em si surpreendente.
A primeira menção ao "Livro" data do século IX, mas o miolo principal
foi escrito na segunda metade do século XIII, depois da invasão e devastação de
Bagdá pelos mongóis. Outras histórias foram acrescentadas e incorporadas ao
"Livro" no século XVIII, quando surgiu a famosa tradução francesa de
Antoine Galland, a primeira no Ocidente. Desde então, o "Livro"
tornou-se um dos textos mais lidos, citados e comentados do mundo.
Antes da
primeira noite, o leitor sabe que o rei Sâhriyãr foi traído por sua mulher, e
que está traição pode ceifar a vida de todas as mulheres do reino. Mas Sahrãzãd
decide arriscar sua própria pele a fim de salvar as outras mulheres. Então,
começa a contar histórias ao rei. Em cada amanhecer o relato é interrompido num
momento de suspense, à espera da próxima noite. Assim, o leitor se depara com
tramas ardilosas e escabrosas, cheias de fantasia e surpresa, numa geografia
mutável e exuberante como num sonho ou pesadelo. O inverossímil e o
inexplicável participam dessas intrigas, que a imaginação da narradora
multiplica e expande até a última noite, quando se casa com o rei e salva as
mulheres da degola. É esse "repertório de maravilhas" que o leitor
vai encontrar nas fábulas do "Livro das Mil e Uma Noites".