O Gambito da Rainha | Netflix 2020 #Crítica

Baseada no livro homônimo do escritor norte-americano, Walter Tevis (sem publicação em português), O Gambito da Rainha acompanha a história de Elizabeth Harmon, interpretada pela atriz Anya Taylor-Joy, que definitivamente rouba a cena e conduz a série com maestria e talento inigualáveis.

Desde muito cedo Beth precisa enfrentar diversas adversidades e após a perda da mãe biológica, Beth passa boa parte da infância em um lar onde aprende xadrez com o zelador do local, para ela o aprendizado e as técnicas do jogo passam a ser uma válvula de escape e a única forma de “controlar” o que acontece. Além disso, é ainda criança que ela começa a fazer uso de remédios controlados, com o tempo esse passa a ser um vício constante em sua vida, inclusive na fase adulta.

Após ser adotada, ela continua desenvolvendo seu talento no xadrez e passa a participar de diferentes competições sempre se destacando e atraindo a atenção dos demais, pouco a pouco, ela vai conquistando boa parte do que sonhou e muito mais, mas ao mesmo tempo ainda precisa lidar com as pressões constantes dos outros e de si mesma e com um ambiente predominantemente masculino.

O Gambito da Rainha não é uma série com muita ação, mas os acontecimentos da vida de Beth e a forma como são mostrados ao público faz com que você fique atento a tudo o que acontece, pode até rolar uma vontadezinha de aprender xadrez. Além disso, a minissérie aborda temas importantes como perdas, recomeços, vícios, exposição da mídia, machismo e abandono, todos bem medidos e balanceados, com isso é possível ver diferentes faces de Beth e novamente Anya Taylor-Joy rouba a cena.

No mais, não posso fazer um comparativo com o livro, pois não o li, mas de modo geral a adaptação é muito bem produzida e de agradar àqueles que conhecem ou não as regras do xadrez, bem como aos expectadores que buscam uma série mais séria e densa.